
Título: Barraco de família
Direção: Mauricio Eça
Duração: 85 minutos
Data de lançamento no Brasil: (exibição no Festival Filmelier, em abril e maio de 2023)
Origem: Brasil
Classificação: 12 anos
Gênero: Comédia
Sinopse: “Em “Barraco de Família”, Kellen (Lellê), uma funkeira famosa, é cancelada por causa de um vídeo polêmico vazado. Ao tentar voltar às suas origens, na Zona Leste de São Paulo, ela arma o maior barraco e precisará da ajuda de sua mãe, Cleide (Cacau Protásio), para desenrolar sua carreira. Apesar das brigas e confusões, essa família está pronta para se unir e resolver a situação caótica.”
“Barraco de Família” conta com um elenco estelar da comédia e da música nacional, incluindo o Péricles – que faz sua estreia nas telonas – Sandra Sá, a cantora e atriz Jeniffer Nascimento, Nany People e Maurício de Barros. Completam o elenco o influenciador digital Hugo Gloss, também em seu primeiro longa, Robson Nunes, Eduardo Silva, Yuri Marçal e Lena Roque, que também assina o roteiro ao lado de Emílio Boechat.
Esse é um filme leve e divertido, que aborda questões como: lealdade, amizade, família e parcerias. Protagonizado por artistas negres, “Barraco de família” me ganhou ao retratar uma família que vive em um bairro periférico de São Paulo, mas que não reproduz esteriótipos negativos que tanto são difundidos em novelas e demais produções audiovisuais brasileiras. Só por esse ponto, eu já deixo a indicação positiva aqui, no início do texto mesmo.
Nesse longa, conhecemos a família da Kellen, que depois de ter conseguido sucesso sendo cantora de funk, muito influenciada por seu agente, dá as costas à sua família e às suas origens, por vergonha do jeito que, principalmente, sua mãe age em uma festa chique, organizada em sua casa nova, num bairro nobre de São Paulo. Anos passam, até que a protagonista volta pra casa (na periferia), se mostrando arrependida; mas mãe é mãe: Dona Cleide logo desconfia do retorno da filha, e começa a investigar essa mudança súbita de atitude.
É muito divertido acompanhar as tentativas de descobrir o mistério do retorno da protagonista, o amadurecimento da Kellen e a maneira como sua família e amigos topam ajuda-la, mesmo depois de tanta decepção. E apesar de a história narrar a redenção da funkeira, quero chamar atenção para um ponto que não tinha como passar despercebido por mim: a não rivalidade feminina. Uma das pessoas a quem Kellen dá as costas, é sua amiga Jéssica (interpretada pela Jeniffer Nascimento); e no decorrer do filme acontecem algumas coisas que poderiam servir de motivo para uma possível rivalidade entre as amigas, mas fiquei muito feliz por isso não acontecer. Há diversas histórias sendo contadas nos 85 minutos de filme, mas isso foi o que, sem dúvidas me chamou atenção. É muito comum produções colocarem personagens femininas para brigarem entre si por coisas bobas, e me alegra ver que esse quadro vem mudando. É importante termos essas alterações nas narrativas.
Para mim foi também muito feliz ver personalidades tão incríveis em papéis potentes e criativos. Há, em “Barraco de família”, representatividade positiva e inspiradora. Então, eu reforço: indico muito que você vá conferir essa comédia super gostisinha, que vai ser lançada na semana do dia das mães, em 11 de maio de 2023.
Chamo atenção para as últimas cenas, com participação de Péricles: quem gosta de música (quem não?!), vai amar. Então, prepara o corpitcho pra sacudir na cadeira do cinema. É difícil não querer levantar pra dançar.
Assisti a esse filme no Festival Filmelier no Cinema, que uma realização da Sofá Digital, e está acontecendo entre os dias 19 de abril a 10 maio de 2023. O festival traz ao Brasil (em 24 cidades, incluindo Salvador), cerca de vinte filmes diversos e inéditos no país.