Título: Chama a Bebel (original).
Direção: Paulo Nascimento.
Duração: 92 minutos.
Data de lançamento no Brasil: 11.01.2024
Origem: Brasil.
Classificação: 10 anos.
Gênero: Drama. Comédia. Jovem.
Sinopse: “Bebel (Giulia Benite) é uma jovem cadeirante que mora com sua mãe (Larissa Maciel) e o avô (José Rubens Chachá) nas margens de uma rodovia. Ela se muda para cidade grande para poder estudar em uma nova escola, onde enfrenta muitos desafios para tentar se adaptar, incluindo sua tia (Flavia Garrafa). Inspirada na ativista ambiental Greta Thunberg, Bebel se torna uma líder na escola e seus projetos acabam incomodando um empresário da cidade, que possui um negócio nada sustentável.”

Inspirado em histórias reais, “Chama a Bebel” levanta diversas reflexões sobre sustentabilidade com uma linguagem muito acessível a jovens, o que é algo muito positivo. As inspirações estão marcadas no filme desde a inspiração da protagonista nas ações da Greta Thunberg, jovem ativista ambiental sueca, até os projetos realizados pelos adolescentes na escola, que realmente foram produzidos na vida real.
“Em 2013, no interior de São Paulo, ativistas liberaram cães que eram usados para testes em laboratório. Em muitos casos, os cães eram sacrificados antes de completarem um ano de vida.”
“Em março de 2023, o Brasil finalmente proíbe o uso de animais em testes de cosméticos e perfumes.”
Citações disponíveis ao final do longa-metragem.
Estrelado pela Giulia Benite (Turma da Mônica: Laços/Lições), ao lado de Gustavo Coelho (Manhãs de Setembro) e Antônio Zeni, o filme trabalha questões como acessibilidade, preconceitos, cuidado com o meio ambiente, maus tratos animais, sustentabilidade e fake news. Bastante coisa, né?! Mas acredite: tudo foi apresentado de modo muito fluido e até divertido. As atrizes e atores mirins fizeram ótimo trabalho.
Sobre acessibilidade: embora a atriz central da trama não seja PCD (o que me deixou um tanto incomodada pensativa sobre o motivo pelo qual não buscaram uma artista de fato cadeirante para protagonizar o longa), nós temos a participação do artista audiovisual Rafa Muller (que inclusive compartilha suas experiências de saúde no Instagram) interpretando o professor Denis, responsável pela grande turma de adolescentes criativos. Esses, que criaram um biodigestor na escola da cidade interiorana ficcional.
Porém, embora tenhamos tal projeto construído na ficção, esse é outro fato da vida real que foi trazido para o filme: em 2022 uma escola no interior do Rio Grande do Sul passou a transformar sobras de lixo orgânico em gás e fertilizantes por meio, justamente, de biodigestores. Eu nunca tinha escutado falar nessa tecnologia, então posso dizer que aprendi novas coisas assistindo a “Chama a Bebel”, o que julgo como ponto mais que positivo.
Há alguns pontos que ficam meio soltos na história? Sim. Eu ainda acho que trazer crianças protagonizando resoluções de problemas tão sérios quanto os abordados na narrativa é um tanto utópico, mas isso não tirou o prazer de conferir cada segundo desse filme que tem tudo para ser ponto de partida para discussões mais aprofundadas sobre cada temática retratada; inclusive em sala de aula (alô, educadores! se liguem!).
Sendo assim, não deixe de assistir a “Chama a Bebel” nos cinemas. Esse é um filme que vale a experiência e, como falei, pode incitar muitos outros trabalhos educativos.
Depois vem aqui me contar o que achou. 😉
“Nós não temos planeta B.”
Citação do filme.



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